Rua Barão de Itapetininga
No lugar em que é hoje o Viaduto do Chá, naquele tempo em que não havia viaduto nem coisa alguma, mas apenas um grande buraco que separava a rua de São José (hoje Líbero Badaró), da antiga praça dos Curros (hoje Praça da República), existia um velho casarão, de estilo avoengo, janelas quadradas e portas largas.
Esse edifício, um dos maiores da velha São Paulo, era o castelo ou o solar da Baronesa de Tatuí. Tão grande era a chácara de propriedade da baronesa, que as paredes finais do casarão davam para um atalho que hoje se chama Rua Direita e o limite do terreno, em toda a sua extensão, acabava no largo dos Curros.
Isso quer dizer que a Praça da República, a Praça do Patriarca e, no meio delas, a rua Formosa, no fundo do vale, o Piques e a ladeira São João, (que naquele tempo se chamava Ladeira do Acu), tudo isso era a grande chácara da Baronesa.
Mas, por que aquela rua que devia ligar o Largo dos Curros à rua de São José, se chamava Barão de Itapetininga?
Porque a tal Baronesa, ali pelo ano de 1864, era casada com um cadete, conhecido como o cadete Santos, Joaquim José dos Santos, ele então o grande proprietário, capitalista, e o verdadeiro dono de todo aquele pedaço de São Paulo.
Toda a colina do Chá era dele. como adquiriu, não sabemos. Só sabemos que naquele ano de 1864 acabou sendo agraciado pelo Imperador com o título de Barão de Itapetininga.
Pois bem. Aconteceu que o progresso que em tudo avança e o tempo que tudo destrói, acabaram invadindo a chácara do cadete, desapropriando-sa depois de renhida demanda, a fim de que nela fosse construído um inadiável melhoramento: era preciso ligar por um viaduto a Praça do Patriarca com a Praça da República, e entre elas se abriu então como continuação do futuro viaduto, a rua que hoje se denomina Barão de Itapetininga, em homenagem ao dono daquelas terras.
O Viaduto do Chá, o primitivo, foi aberto e inaugurado em 1892, depois de uma festa que marcou o inicio das obras, desde 1888.
Para fazer o alicerce da ponte vieram da Alemanha as armações metálicas, importadas pelo governo. Isso no antigo primeiro Viaduto do Chá.
Naquele tempo pagava-se três vinténs para atravessar o viaduto, até que mais tarde veio a ser abolida essa prática.
Mas o que valeu com essa obra feita toda ela sobre a chácara do Barão, foi a abertura necessária dessa rua bonita que iria ligar o centro de São Paulo à antiga Praça dos Curros, isto é, a hoje alegre e bem comercializada rua Barão de Itapetininga.
Essa rua que data de 1865, antes, portanto, da inauguração do Viaduto, muito concorreu para o pregresso daquele lado de São Paulo que acabava no Largo do Arouche.Passou a ser a rua do "footing" feminino e é até hoje a bela e movimentada "rua mulher", como é chamada pelos elegantes que nela buscam o atrativo das casas de modas.
Fonte: São Paulo de Antigamente - Manoel Vitor Grafisyl - Editora Gráfica Ltda
Fotos: www.skyscraperlife.com/brazil/
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